É-me indiferente, se vou
Eu viver na Ucrânia, ou não
Se alguém se lembrará, ou esquecer-me-á
Na neve do exílio -
É-me mesmo indiferente.
Sem liberdade cresci entre os desconhecidos,
E, sem ser chorado pelos meus,
Sem liberdade, chorando, morrerei,
E tudo levarei comigo,
Nem uma pequena mancha deixarei
Na nossa gloriosa Ucrânia,
Na nossa - mas que não é a nossa terra.
E nem se lembrarão o pai com o filho,
Nem dirá ao filho: “Reza,
Reza, filho: pela Ucrânia
Que outrora foi torturada”.
É-me indiferente, se vai
Esse filho orar, ou não…
Mas não me é indiferente,
Como a Ucrânia é adormentada
Por pessoas más, mentirosas, e no fogo,
Já roubada, a acordarão…
Oh, isso já não me é indiferente.
Tarás Shevchenko
(17-19/05/1847, São Petersburgo)
Tradução: Evelina Tkachuk